Igrejas Reformadas
A primeira igreja reformada no Brasil (1557-1558)
Em 1555 o rei Henrique II da França deu apoio para uma expedição colonizadora ao Brasil. Ele apontou o vice-almirante Nicolas Durand de Villegaignon, que reuniu um bom número de homens, recrutando-os inclusive em algumas prisões; o grupo partiu da França em julho de 1555 e chegou à baia da Guanabara depois de uma viagem de quatro meses.
La construíram um forte ao qual deram o nome de “Coligny”. O nome mostrou o respeito pelo almirante Gaspard de Coligny, que era um homem importante na corte francês e simpatizante da fé reformada, que estava sendo divulgado pelo reformador João Calvino (1509-1564).
A pequena colônia sofreu bastante no primeira ano da sua existência por causa da imoralidade dos homens. Villegaignon teve a ideia de escrever uma carta à Calvino solicitando o envio de pastores e colonos protestantes. Ele esperava que eles melhorassem o moral da pequena comunidade por meio de uma pregação rigorosa. A igreja de Calvino em Genebra atendeu a solicitação e o conselho enviou dois ministros e vários leigos. Entre eles estava um estudante de teologia, Jean de Léry, que escreveu um relato sobre os acontecimentos.
O grupo de huguenotes chegou a Guanabara no dia 7 de março de 1557. O objetivo da sua vinda era duplo: criar uma igreja reformada entre os franceses e evangelizar os indígenas. Logo após o desembarque os huguenotes realizaram o primeiro culto reformado no solo brasileiro invocando a Deus por meio de uma oração pelo ministro Pierre Richier e o mesmo fez uma pregação, baseado em Salmo 27:4: “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor e meditar no seu templo”.
Inicialmente tudo andava bem, mas com o passar do tempo Villegaignon descobriu que não concordava com as ideias dos protestantes; ele mudou de opinião sobre Calvino, considerando-o um herege desviado da fé. Ele começou a perseguir os calvinistas e mandou o pastor Chartier de volta à França em junho 1556. No fim de Outubro o comandante expulsou os reformados da pequena ilha para o continente. Eles permanecerem ali por dois meses à espera de um navio que os levasse de volta para a França.
No dia 04 de Janeiro 1558 chegou um navio que podia levar a grande maioria para França, mas não todos. Cinco homens decidiram retornar ao forte Coligny e esperar uma outra oportunidade. Os nomes deles eram Pierre Bourdon, Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, André la Fon e Jacques le Balleur. Villegaignon os recebeu de modo cordial, mas doze dias depois mudou de opinião e disse que eram traidores. Eles ficaram presos e foram condenados à morte por heresia. Antes de morrer, entretanto, foram obrigados a professar por escrito sua fé, no prazo de doze horas, respondendo uma série de perguntas que lhes foram entregues. Eles assim o fizeram, e escreveram a primeira confissão de fé na América, sabendo que com ela estavam assinando a própria sentença de morte. Essa confissão se chama a Confissão de fé de Guanabara.